Banksy: Arte de Guerrilha

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A palavra “escrache” vem da linguagem popular. Significa por em evidência, trazer à luz. Os Escraches surgem como resposta à impunidade que os governos democráticos haviam garantido aos genocidas da ditadura militar. Inicialmente foram pensados para denunciar os repressores que transitavam livremente pelas ruas, indo buscá-los em suas casas e apontando sua presença nos bairros. Rapidamente esta prática foi conseguindo um efeito inesperado: a condenação social. Os assassinos, a cada vez que eram “escrachados”, sofriam o repúdio dos vizinhos do bairro onde vivem, e muitos tiveram de se mudar.

De 1998 a 2000, junto ao grupo H.I.J.O.S., Etcétera...participou na criação dos Escraches.

De uma entrevista com Andréas Siekmann e Alice Creischer, Buenos Aires, 5 de fevereiro de 2003

Alice: Vocês se juntaram ao movimento do H.I.J.O.S. e aos escraches: como foi isso, como se deu e porquê?

Federico: Estávamos na formação do grupo e na busca de um espaço físico, e ao mesmo tempo na busca de um espaço social onde pudéssemos trabalhar com as idéias que tínhamos. Nesse momento – 1996 - H.I.J.O.S. havia começado a fazer os escraches, era algo novo, haviam feito apenas duas vezes e era um método de denúncia dos militares que era algo totalmente novo.

Alice: Podem descrever para quem não sabe como funcionam os escraches?

Federico: Sim. Dentro da Comissão, que é aquela que o organiza, primeiro se buscam os dados da pessoa que se irá escrachar, se faz uma espécie de trabalho de inteligência, se averigua onde mora, quais suas atividades, em que horário sai, um trabalho de inteligência, e quando já se sabe tudo isso, então se procede à organização pesquisando quais os métodos para denunciá-lo em frente à casa da pessoa, onde ela mora.

Loreto: Até o ano de 98, os escraches funcionavam como uma pequena parte do H.I.J.O.S. que articulava esse aparato de inteligência interno e escrachava as casas simplesmente colando lambe-lambes com a cara ou com os dados do genocida. Nesse mesmo ano, nós percebemos uma necessidade de participar. Nos aproximamos da mesa de escrache propondo levar ações artísticas aos escraches.

Federico: De início, era uma comissão dentro do grupo do H.I.J.O.S. que são quase todos “H.I.J.O.S.” (1) de desaparecidos ou de exilados, mas os que detinham as decisões eram os diretamente afetados, os H.I.J.O.S.. Sendo que depois o que se buscava era que as pessoas nos bairros reconhecessem esta gente e não os deixassem viver tranqüilos, como não estão na prisão, se procurava fazer uma prisão social, então aí se optou por uma estratégia que era, em vez de ser uma comissão, fazê-lo como uma mesa aberta para os vizinhos do bairro, para que haja maior participação.

Loreto: A diferença da mesa com a comissão é que a comissão é a primeira parte, ou seja, era uma comissão dentro do H.I.J.O.S.. Todas as decisões dependiam da assembléia do H.I.J.O.S.. O que acontece é que a mesa de escrache é autônoma em relação ao H.I.J.O.S., pois o H.I.J.O.S. participa como um membro da mesa de escrache popular, portanto as decisões são tomadas mais democraticamente.

Federico: Depois, com o passar dos anos, o escrache deixou de ser uma questão apenas do passado da ditadura, mas também se começou a usar o método do escrache para denunciar um político que está no poder agora ou para denunciar uma pessoa que é um assassino, por exemplo, se ampliou para que todas as pessoas o façam.

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Escrache para Sánchez Ruiz – 24 de maio de 1997


Genocida Escrachado:
Raul Sánchez Ruiz, capitão de fragata na reserva, que auxiliou partos de grávidas detidas na Escuela Mecanica de la Armada (E.S.M.A.) durante a ditadura militar de 1976. Foi médico da sala de tortura, participou de “vôos da morte” (2), era encarregado de aplicar injeções no detidos antes de atirá-los ao mar.

Localização: Pena 2065, bairro Recoleta. Buenos Aires, Argentina.

Número de artistas participantes: 10

Este é o primeiro Escrache onde se realiza uma ação teatral, e se introduz, como método de marcação da casa dos genocidas, as bombuchas (Bombas) recheadas de tinta vermelha.

Personagens:
Novo Ilustre
Médico
Trompetista
Parteiras
Militar
Bebê

Ação:

Novo Ilustre: - Novo Ilustre, aqui tenho a credencial, que ratifica. Foi Manuel Belgrano quem me deu. Sabem por que estamos aqui?
Eu venho dar justiça a este país de miséria.
Pelos que vieram e não ousaram falar, pelos que falaram e ofuscaram sua voz, a história não está encerrada até que o último recorde e tenha memória, senhores.
E agora: que se renove a história.

Militar: - Livre ou preso (fazendo girar um cartaz com as duas alternativas). Vocês decidem, senhoras e senhores. Em Buenos Aires, 24 de maio de 1998: eu desejo ter um Filho. E aqui próximo de vocês, aqui o seu vizinho, pode me ajudar, é o Ruiz “Menguele”.

Médico: - Olá...Como vai?, bem , bem, há umas loirinhas de esquerda muito lindas, meu general...

Militar: - Com minha esposa, estamos pensando em ter um filho, e sabemos da qualidade das garotas “vermelhinhas”, e queremos justamente isso: um pequenino, “vermelhinho”. Podemos conseguí-lo aqui?

Médico: - Aqui próximo na E.S.M.A., meu General...

Militar: - Alguém deseja ter um Filho...?

Médico: - Parteiras!!!

Entram duas enfermeiras com um manequim que simula o corpo de uma mulher grávida.

Médico: - Quanta “picana” (3) deram a esta?

Enfermeiras: Ela resiste, meu general, resiste...

O médico começa a tocar o ventre do corpo da mulher, coloca umas luvas, saca uma seringa e injeta na barriga com violência, em seguida tira um bebê ensanguentado, e o entrega ao militar.

Militar: (Agarra o bebê com suas mãos) – Deve ter recordações do ventre “vermelho”, deve ter recordações de sua mãe no ventre. (O trompetista soa o trompete na cabeça do bebê) – Pronto!

– ...O que não imaginavam era que os “H.I.J.O.S.”, voltariam para buscar-lo (dá meia volta e apontado para a barreira policial) – Agora companheiros: PREPAREM, APONTEM: FOGO!!

Voam bombas de tinta sobre a casa do genocida, ao grito de “assassino”.

NOTAS

1. Hijos, em português, significa filhos. (N. do Tradutor).

2. Os vuelos de la muerte eram assassinatos promovidos pela ditadura argentina nos quais milhares de prisioneiros vivos e dopados com sedativos eram atirados no oceano a partir de aviões militares. (N. do T.)

3. Instrumento de tortura movido a eletricidade, muito usado na ditadura argentina. (N. do T.)

Tradução de Ricardo Rosas

Fonte: Ex Argentina (www.exargentina.org).

Link: H.I.J.O.S. (www.agrupacionhijos.tk).